domingo, 30 de outubro de 2016

O HOMEM QUE PLANTAVA ÁRVORES

O homem que plantava árvores me foi enviado pela Wook, um brinde ou oferta como eles costumam chamar,  quando num ataque de insanidade comprei A vida no campo, do Joel Neto. Insano não pelo livro que é maravilhoso, mas encarar os preços da Wook para o Brasil é pura maluquice. 

Mas vamos ao livro do Jean Giono.  O livro é um conto onde o narrador nos conta seu encontro e posterior amizade com esse personagem incrível e improvável que é o Elzéard Biuffier. Numa narrativa curta e com uma história muito simples e singela o autor nos cativa e nos inspira. Ao terminar a leitura me pego a pensar que se homens assim existirem ainda haverá esperança. E ele me faz pensar naquela fábula do beija-flor que apagava o incêndio na floresta. É... talvez seja hora de nos transformarmos todos em pequenos beija-flores.

Alguns dos comentários que li acerca do livro dizem que ele foi comparado aO pequeno príncipe, não sei bem porque, já que li o Exupéry quando era criança pequena em Barbacena (rs). 

O que sei é que é uma pena que livros como permaneçam esgotados nesse país. (aff)

- Sem grifos

- Para saber mais

Sobre a fábula do beija-flor:
http://ideiaweb.org/?p=2388
http://www.rodrigooller.com/autocontrole/a-fabula-do-beija-flor/

Sobre Jean Giono e O homem que plantava árvores:
http://caderno.josesaramago.org/57636.html
http://www.historiasdeelphaba.com/2013/11/o-homem-que-plantava-arvores-jean-giono.html
* http://dosedesustentabilidade.blogspot.com.br/2013/07/animacao-o-homem-que-plantava-arvores.html 
http://marciookabe.com.br/motivacao/o-homem-que-plantava-arvores/


Título: O homem que plantava árvores
Autor:  Jean Giono Lucila Soares
Editora:  Marcador
Pág: 70
Leitura:  23 a 24/10/2016
Tema: Off topic
Sinopse:  Inspirado em acontecimentos verdadeiros, traduzido em diversas línguas e largamente difundido pelo mundo inteiro, "O Homem Que Plantava Árvores" é uma história inesquecível sobre o poder que o ser humano tem de influenciar o mundo à sua volta. Narra a vida de um homem e o seu esforço solitário, constante e paciente, para fazer do sítio onde vive um lugar especial. Com as suas próprias mãos e uma generosidade sem limites, desconsiderando o tamanho dos obstáculos, faz, do nada, surgir uma floresta inteira - com um ecossistema rico e sustentável. É um livro admirável que nos mostra como um homem humilde e insignificante aos olhos da sociedade, a viver longe do mundo e usando apenas os seus próprios meios, consegue reflorestar sozinho uma das regiões mais inóspitas e áridas de França.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

QUATRO CARTAS DE AMOR

A julgar pelos sinais encontrados em Quatro cartas de amor o livro estava nas prateleiras tem bem mais de dez anos. Infelizmente eu não consigo me lembrar quando, porque e nem onde o comprei. Digo infelizmente porque resultou de uma das melhores leituras de 2016.

Quatro cartas de amor me faz lembrar das tags criadas pelos canais literários: livros que você tem medo ler ou algo parecido. Pois é eu tinha muito medo de ler o livro, que tem um dos começos mais impressionantes que eu já havia lido. E era tão fantástico para mim, que eu tinha receio de ler o livro e me decepcionar. Então de tempos em tempos eu pegava o livro lia aquele começo que tanto me impressionava e parava por ali.

Até que dia desses ao terminar de ler O nosso juiz e chegar na prateleira para escolher o novo livro para ler, topei com este Quatro cartas de amor. Então resolvi encarar e foi uma leitura incrível feita no momento certo. E isso é muito importante, tenho cá para mim que se o tivesse lido antes não estaria preparada para ele.

A escrita de Niall Williams é poética e matizada de cores, sinto as palavras como quem degusta um vinho. Encantou-me tanto que busquei saber um pouco mais sobre aquelas cidades mencionada na narrativa.

Não sei se indicaria esse livro para toda a gente, é um livro sobre perdas, que tem tudo para ser melancólico, mas que não resultou assim para mim.

Grifos:
Quando eu tinha doze anos, Deus falou com meu pai pela primeira vez. Deus não disse muita coisa. Ele mandou meu pai ser pintor e parou por aí (...)
O tempo não passa, mas o sofrimento cresce. 
Algumas coisas não se prestam muito a serem contadas. Acho que meu pai sabia disso.

Título: Quatro cartas de amor
Autor:  Niall Williams
Editora: Rocco
Pág: 308 
Leitura  17/09 a 09/10/2016
Tema: Off topic
Sinopse: Em Quatro cartas de amor, o escritor irlandês Niall Williams cria um romance permeado de cenas mágicas e de puro lirismo. Seus personagens são frágeis, mas ao mesmo tempo mostram uma força arrebatadora capaz de enfrentar as mais difíceis tempestades.O amor e as surpresas do destino são elementos constantes nas vidas de duas famílias. Os jovens Isabel Gore e Nicholas Coughlan vivem em regiões opostas da Irlanda. Suas histórias envolventes de paixão e de sofrimento são narradas em paralelo, da infância à maturidade, quando finalmente seus destinos ? por obra milagrosa e cruel do acaso ? se cruzam. Na primeira história, o então menino Nicholas assiste, num sofrimento contido e interminável, à degradação lenta de sua família após a intempestiva decisão de seu pai, um funcionário público de Dublin, que num acesso de loucura ou lucidez ("aceitei a sugestão de Deus") abandona o emprego seguro para tornar-se pintor. 

A frágil esposa não agüenta a mudança radical de status nem os devaneios do marido, e entra em depressão, apostando na morte como passagem para melhores tempos. O pintor não resiste à dor do fracasso e em nome do amor também segue ao encontro de Deus.Em narrativas alternadas, tendo como cenário uma belíssima ilha na costa oeste da Irlanda, aparece Isabel Gore. Sua infância transcorre tranqüilamente até Sean, o adorado e inseparável irmão, ser acometido de um misterioso colapso que o deixa em estado de semicoma. O forte sentimento de culpa a leva a anular seus planos de liberdade, decidindo casar-se sem amor como forma de autopunição. 

As duas histórias se unem através da única pintura existente do falecido pai de Nicholas, que vai parar pendurada na parede da escola em que o pai de Isabel leciona. Após a morte do pintor, o jovem decide recuperar o quadro para manter acesa a presença paterna e viaja até a ilha. Lá acontecem mágicas transformações. Sem entender como, Nicholas involuntariamente ajuda na milagrosa recuperação de Sean. E este viaja com o amigo em visita à irmã, por quem Nicholas se apaixona fervorosamente. Descrito pela revista Vogue como o novo As pontes de Madison e considerado como a melhor história de amor da década pela imprensa irlandesa, Quatro cartas de amor é o romance de estréia de Niall Williams

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

O QUEIJO E OS VERMES

Ainda lembro de quando ouvi falar de O queijo e os vermes pela primeira, foi lá no início dos ditos anos 2000 quando fui aluna da professora Elisete num curso de Filosofia. Ela estava empolgada com o livro e falava constantemente sobre o moleiro Menocchio.
E, claro, eu fiquei muito, mas muito curiosa mesmo. 

Mas o bendito do livro estava esgotado, não encontrava em lugar nenhum. Até que encontrei, por acaso,  um exemplar perdido num sebo,  um tanto velho e desgastado é verdade, mas eu queria tanto ler/ter o livro e se o que tinha era isto, era isto que ia ser. 


Os livros que me foram indicados por professores que eu admiro/admirava sempre me encantaram. Não qualquer livro, mas aqueles que faziam parte da galeria afetiva deles, os seus favoritos. Lembro de em menina ficar depois da aula sentada junto à mesa de "Seu" Valter o nosso professor de Literatura, com as mãos no queixo ouvindo embevecida ele falar sobre os livros que gostava. Sempre que penso em Iaiá Garcia lembro dele. Meus colegas achavam um horror perder tempo ouvindo "um velho". Mas eu adorava.

E com O queijo e os vermes, de Carlo Ginzburg,  é mais ou menos assim. Não posso pensar nele sem lembrar da professora que me indicou. E a história de Menocchio me encantou do mesmo jeito que a encantou. 

Grifos:
Vejamos como esses livros chegaram às mãos de Menocchio. 
O fato de que mais da metade dos livros citados por Menocchio tivessem sido emprestados deve ser levado em conta... 
Junto ao raciocínio estavam os livros.

Título:  O Queijo e os Vermes
Autor:   Carlo Ginzburg
Editora:  Companhia das Letras
Pág: 256
Leitura:  06.07 a 25.08.2016
Tema: Itália 
Sinopse: Um obscuro herege do século XVI é resgatado do esquecimento por Carlo Ginzburg em 'O queijo e os vermes'. A partir daí nasce não uma dissertação acadêmica, mas uma das mais apaixonantes histórias sobre a Inquisição e sobre a cultura popular e erudita da época, por meio da vida de Menocchio, o moleiro, e sua espantosa cosmogonia: "[...] tudo era um caos, isto é, terra, ar, fogo e água juntos, e de todo aquele volume se formou uma massa, do mesmo modo como o queijo é feito do leite, e do qual surgem os vermes, e esses foram os anjos...".



quarta-feira, 5 de outubro de 2016

O NOSSO JUIZ


Tempos atrás descobri na TV alguns programas sobre livros e literatura, o primeiro foi o Leituras da  TV Senado que ao que parece infelizmente não é mais veiculado.  Depois descobri o Iluminuras da TV Justiça  que me apresentou diversos livros muito interessantes. O advogado Frederico, Viégas, por exemplo,  me levou a ler toda a série d'O pequeno Nicolau. Como não ser grata a quem fez a mim e a minha família (e mesmo alguns amigos) dar tantas e tão boas gargalhadas?
Já a Juíza Elisabeth Amarantes me levou a ler o Solstício de Inverno, uma leitura pra lá de reconfortante 

Mas o programa mudou de formato e perdi um pouco interesse pelo mesmo, foi quando descobri o Direito & Literatura.  Que apesar de mostrar a literatura a luz do direito, pode ser perfeitamente compreendido por qualquer pessoa, inclusive pela pessoa que vos escreve.

Não faço ideia de porque me interessei por O nosso juiz, ao rever o programa penso que deveria ser justamente o contrário, afinal os apresentadores não foram nem um pouco simpáticos a ele. Mas o que importa é que dei um crédito e uma oportunidade ao livro e não me arrependi, pois foi uma leitura muito divertida e prazerosa, senti um clima retrô em toda  a leitura que muito me agradou, embora o livro tivesse incomodado àqueles que me apresentaram ao mesmo, pena. Acho que mexeu com os brios,   eles não entenderam a coisa toda como uma divertida brincadeira. (será)


Grifos
Mesmo em São João prefeitos precisam de uma quantidade mínima de bom senso político; sabem dos riscos e os evitam, beijam crianças, prometem abertura de estradas e postos de luz, prometem postos de saúde e escolas; a memória do povo ao contrário da maioria das dos mandantes, é curta, e as eleições são espaçadas justamente por isso, é o que sempre pensei. 
Se juntaram a nós aos poucos e de forma casual o bastante para parecer mesmo casual. São João, a Desimportante, se transformava diante dos meus olhos em São João, a Dissimulada.
Politicamente, o mundo do Dr Linhares também era muito simples. Eleições e missas, pensava ele; um pouco de umas e um pouco das outras, e todos seguiam felizes, com as promessas de sempre.
Penso em como fomos invadidos pela televisão de uma forma tão suave e rápida, que nem ao menos conseguimos perceber ou resistir. 
(spoiler?) Quando lhe falei que São João não precisava de um juiz, Antonio, eu estava errado. Disso nós já sabemos. Mas quando resolveu que desejava um juiz, o povo daqui também estava errado, e agora eles sabem disso. Todos aprendemos alguma coisa, não é mesmo? 

Título:  O nosso juíz 
Autor:   Marcelo Carneiro da Cunha
Editora:  Record/Altaya
Pág: 222
Leitura:  10 a 15/09/2016
Tema: Autor brasileiro
SinopseSão João da Serra, uma cidadezinha da serra gaúcha, está mobilizada para a guerra. O ano é o distante 1962, e o motivo é a cidade vizinha, que foi premiada com um juiz, enquanto São João, como sempre, não ganha coisa alguma. Ao narrar a história da luta de São João por um juiz e por uma modernidade que a cidade não entende ou necessita, O Nosso Juiz nos leva de volta a um tempo em que a realidade que temos hoje não era sequer sonhada. Um tempo e uma vida de um Brasil de antes, que você vai querer relembrar, ou conhecer.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

A GAROTA NO TREM

Não entendo nada, ou quase nada,  de thrillers, e thriller psicológico muito menos. Então quando o vi tema de outubro no Desafio minha reação imediata foi de pular para trás, torcer o bico e rejeitar a ideia, exatamente como fiz com o tema dos serial killers quando acabei lendo o É fácil matar, da Agatha Christie. Depois de muito procurar chego a Odisseia, de Homero. A wikipédia diz que o texto do dramaturgo pode ser considerado o precursor dos thrillers psicológicos, não me pergunte porque.

A ideia de ler Homero não estava totalmente descartada quando A garota no trem surgiu entre as leituras de Fê, uma boa amiga lá do Skoob. Ela disse que o livro era de leitura rápida e que era uma boa opção de entretenimento. E foi assim que cheguei a esse A garota no trem. Que confesso acho o suspense bem ralo, mas que chama a minha atenção por conta de tantos outros dramas pessoais. 

Mas fico pensando o que acontece comigo para sair da leitura de um livro cheio de gente neurótica como A última chance, para entrar nesse aqui que é cheio de gente doida. Sabe aquela máxima: de perto ninguém é normal? Pois então, a julgar por esse livro aqui, de longe também não. 

Grifos? Muitos, muitos mesmo:

Perdi o controle sobre tudo, até sobre os lugares dentro da minha cabeça.
Não sou mais o que eu era. Não sou mais atraente; acho que no fundo sou repelente. Não é só o fato de ter engordado, ou de meu rosto estar inchado de tanto beber e de dormir pouco; é como se as pessoas conseguissem ver o estrago em mim como um todo, elas veem isso no meu rosto, na minha postura, nos meus movimentos.
Não consigo dormir. Não durmo há dias. (frase do livro de Murakami)
Nunca entendeu como é possível sentir saudade do que nunca se teve, e ainda chorar por isso.

Título: A garota no trem
Autor:  Paula Hawkins 
Editora:  Record
Pág: 378
Leitura:  18/02 a 21/08/2016
Tema:  Thriller psicológico
Sinopse:  Todas as manhãs, Rachel pega o trem das 8h04 de Ashbury para Londres. O arrastar trepidante pelos trilhos faz parte de sua rotina. O percurso, que ela conhece de cor, é um hipnotizante passeio de galpões, caixas dágua, pontes e aconchegantes casas.
Em determinado trecho, o trem para no sinal vermelho. E é de lá que Rachel observa diariamente a casa de número 15. Obcecada com seus belos habitantes a quem chama de Jess e Jason , Rachel é capaz de descrever o que imagina ser a vida perfeita do jovem casal. Até testemunhar uma cena chocante, segundos antes de o trem dar um solavanco e seguir viagem. Poucos dias depois, ela descobre que Jess na verdade Megan está desaparecida.
Sem conseguir se manter alheia à situação, ela vai à polícia e conta o que viu. E acaba não só participando diretamente do desenrolar dos acontecimentos, mas também da vida de todos os envolvidos. 
Uma narrativa extremamente inteligente e repleta de reviravoltas, A garota No Trem é um thriller digno de Hitchcock a ser compulsivamente devorado.