domingo, 18 de outubro de 2015

UM INIMIGO DO POVO

Há algum tempo descobri alguns programas televisivos sobre livros e leitura, o primeiro deles foi o Leituras da TV Senado, gostava muito de acompanhá-lo, mas confesso que nunca li um livro sequer citado no programa. :(

Depois descobri o Iluminuras da TV Justiça e que alegria ver e ouvir outras pessoas mostrando sua biblioteca e falando sobre seu amor aos livros. Por causa do programa que no antigo formato tinha um autor, geralmente de um livro da área de direito (confesso que quase nunca assistia a esta parte), e a segunda que como falei  trazia um convidado que mostrava sua biblioteca pessoal e mostrava seus livros favoritos, eu adorava  e foi aí que descobri a fantástica série  d'O pequeno Nicolau, de Sempé & Gosciny, e li As Catilinárias, de Amélie Nothomb, que não funcionou muito bem comigo e li também o Solstício de Inverno, que foi usado no Desafio Literário de 2015, no tema Estações do Ano. 

Em seguida descobri o Globo News Literatura que me fez conhecer o Arroz de Palma, de Francisco Azevedo  confesso que não gosto muito deste (do programa e não do livro, o livro eu amei), acho por demais publicitário, aliás como tudo na Globo. Aliás, todo mundo sabe que qualquer coisa em TV tem que pagar para aparecer, mesmo livros. 

E tem ainda o Direito & Literatura, que é o que mais acompanho, que já me fez ler Alice no país das maravilhas, de Lewis Carrol; Os ratos, de Dyonélio Machado; e alguns outros. A esta altura você deve estar se perguntando porque toda esta conversa sobre programas de TV se afinal o negócio aqui  é falar sobre livros.

Pois então, foi justamente num programa Direito & Literatura cujo tema era corrupção, que eu descobri este maravilhoso Um inimigo do povo, de Ibsen. No programa foram citados três livros, anotei dois e no dia seguinte lá estava eu  na biblioteca em busca do livro de Ibsen. O outro que anotei e já li foi A queda, de Albert Camus

Neste Um inimigo do povo Ibsen nos mostra como funciona os bastidores da política e a que interesses (por vezes escusos) estão servindo os ilustres políticos daquelas e de outras plagas, daqueles e de todos os tempos. Com uma narrativa deliciosa, o autor nos conduz página a página, cena a cena (é uma peça) como é difícil se manter íntegro em meio àqueles tais e tantos interesses escusos. Em tempos de Lavajato a cada página lida eu me perguntava é mesmo século XIX? Credo! Nada mudou, tudo continua como dantes no quartel de Abrantes. 

Fazia tempo que um livro não me mantinha acordada para saber o que viria a seguir. E achei interessante esta ideia de ler livros enfocando um único tema, tanto que a minha próxima tentativa será de ler alguns dos citados no programa sobre Tolerância, quiçá dê certo! ;-) 


  
Título: Um inimigo do povo
Autor: Henrik Ibsen
Editora: L&PM 
Pág.  176
Leitura: 26/09 a 01/10/2015
Tema: Corrupção
SinopseEsta peça é uma obra-prima sobre as contradições humanas e a falência do indivíduo diante da unanimidade. Mesmo diante da vontade de praticar o bem comum, o Dr. Stockmann entra em choque com os interesses mesquinhos da cidade. Vítima da maioria e da unanimidade, o homem que queria salvar a cidade torna-se o inimigo do povo. Estas ideias de Ibsen aproximavam-se muito das ideias anarquistas
que tinham amplo apoio de importantes segmentos intelectuais e políticos da sociedade da época. A peça é uma impiedosa crítica às elites, aos governos, aos partidos e ao pensamento único.


domingo, 4 de outubro de 2015

O CASTELO DOS CÁRPATOS

O castelo dos Carpátos começa muito bem. Com uma narrativa que mistura mistério com aventura, Verne nos leva até o castelo um castelo abandonado e que desperta medo e curiosidade nos habitantes. O começo é deveras divertido e dei algumas boas risadas (rindo às custas do médico covarde que se oferece para ir ao castelo e depois dá pra traz), mas eis que surge um forasteiro destemido que tem todas as repostas e promete desvendar todo o mistério. E pronto, para mim, acabou a graça. A história adquire um tom muito melodramático que não me agradou em nada. Ao que parece Julio Verne pretendia  criticar/satirizar  o romance gótico, mas acabou tornando o próprio texto um tanto raso. 
Não foi uma leitura de todo ruim, mas gostei bem mais do O bilhete da lotaria que li no ano passado. 

Grifos
A terça-feira, como se sabe, é dia de malefícios. Segundo rezam as tradições, expunha-se a encontrar algum gênio malfazejo quem se aventurasse a andar por fora. Por isso, na terça-feira, ninguém circula nas ruas nem nas estradas depois do pôr do sol.
Mas, se conseguiu acalmar a fome, não conseguiu acalmar o medo.

Título: O castelo dos Carpátos
Autor: Julio Verne
Editora: Centaur
Pág.  164
Leitura: 18 a 28/01/2015.
Tema: Terror
Data: Hallowen
Sinopse:A aldeia de Werst, na Transilvânia, oferece aos seus habitantes uma vida sossegada, em que cada um sabe que, desde que respeite os gênios da floresta, estará ao abrigo de qualquer malefício. Ao longe, a sombra protetora do castelo abandonado do barão Rodolfo de Gortz, desaparecido há já alguns anos, garante-lhe a solidez do tempo. 
Tudo decorre, pois, na mesma calma de sempre, como se o tempo ali tivesse parado. Mas um simples objeto do avanço científico – um óculo de aumentar –, apontado a um dos torreões do castelo vem desencadear toda uma série de acontecimentos que deixam estupefactos e temerosos os habitantes da aldeia. A fortaleza apresenta sinais de estar habitada. Para a imaginação fértil dos aldeões só o poderá ser por identidades não humanas. E, como se não bastasse, a ousadia de quem se atreve a desvendar o mistério é severamente castigada. 
Mas as surpresas mal haviam começado…

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

CONTOS DE FANTASMAS

Todo mundo já sabe que eu não tinha nenhuma intensão ou pretensão de ler livro de terror, mas a Gláucia sugeriu estes Contos de fantasmas e aceitei a sugestão. Que bom que o fiz! 

O livro é bem interessante, embora seja bem curto. As narrativas fluem muito bem e algumas delas eu cheguei a ler duas vezes. Acredita? Não conhecia a escrita de Daniel Defoe e a julgar por este acho que vou tirar da pilha o meu Crusoé.
Dividido em duas partes: Histórias verdadeiras de fantasmas e Fantasmas falsos e aventuras divertidas. A maioria me pareceu ter uma veia ético/moral. E me fez lembrar as histórias contadas por minha avó quando eu era criança, que me deixavam cheia de medo, mas não me cansava de pedir para repeti-las.

Gostei muito de O fantasma em todos os cômodos e A aparição da senhora Val (parece com aqueles casos que a gente ouve por aí, e todo mundo jura que é verdade. E tudo o que posso dizer é que eu não acredito em bruxas, mas...)
O diabo brinca com o mordomo também é bem interessante. 

Que bom que existem Desafios, não fosse este eu não leria esses contos de terror. Que bom que existem amigos, não fosse a minha (amiga) eu não conheceria este. Obrigada, amiga!



Título: Contos de Fantasmas
Autora: Daniel Defoe 
Editora:  L&PM 
Pág
Leitura: 03/01 a 17/03/2015 

Tema: Terror 
DataHalloween
SinopseAs frases iniciais de "O Ano do Pensamento Mágico" dão o tom exato da narrativa densa e contagiante que será compartilhada com o leitor: "A vida se transforma rapidamente. A vida muda num instante. Você se senta para jantar e a vida que você conhecia acaba de repente". Sem uma gota de autopiedade e com um estilo envolvente e emocionante, Joan Didion, uma das mais aclamadas escritoras e intelectuais americanas, narra o período de um ano que se seguiu à morte de seu marido, o também escritor John Gregory Dunne, e a longa doença de sua única filha. Feito com uma contagiante dose de sinceridade e paixão, "O ano do pesamento mágico" nos revela uma experiência intensamente pessoal e, ao mesmo tempo, universal. Uma história que falará alto a quem ama ou já amou alguém, com a profundidade que as grandes relações têm, sejam elas entre pais e filhos ou entre companheiros de uma vida. Este é um livro para todos os que já se perguntaram: E agora? O que fazer se a vida parece não ter mais sentido algum? É um livro sobre a superação e sobre a nossa necessidade de atravessar - racionalmente ou não - momentos em que tudo o que conhecíamos e amávamos deixa de existir