Principalmente para esse leitor, e se se aventurar ainda ganhará boas informações sobre o país, e o povo que nela vive. Sem esquecer que terá um novo olhar para o mercado de capitais.
Taunay nos brinda com diversos trechos extremamente divertidos, outros com uma ironia ácida, e outros ainda com pura acidez.
Não podemos esquecer que trata-se de um romance à clef. Onde o próprio autor é um dos personagens. Conta-se que Taunay foi uma das vítimas do encilhamento.
Lido por indicação de Gustavo Franco.
Grifos:
"Tudo isso não passa de bagaceira, interrompeu um gaiato"
"Os tempos não estavam mais para graças."
"O senhor tinha em mão uma garoupa... soltou-a supondo que fosse uma sardinha."
"Era o boato que ia fazer tudo, a possante arma do momento."
Editora: Itatiaia
Páginas: 247
Leitura: 26/09 a 10/11/2017
Sinopse: O Encilhamento é um romance de primeira ordem, com intrigam mistura de elemento paisagístico e de análise psicológica numa língua deliciosa, a que não faltam palavras de gíria de época e de gírias que permaneceram.Nascido na transição do realismo para o simbolismo, Taunay contraponteia magnificamente um romance de amor com as cenas de desvario das ruas, ou com reuniões galantes e elegantes, onde se desenrolavam os episódios do encilhamento.
Há caricaturas esplêndidas. Aquelas personagens existiram mesmo, e os estudiosos têm dificuldades em identificar figuras dos fins do Império e do início da República.
Crises econômico-finaceiras foram exploradas com graça.
Na segunda edição, aparece O Encilhamento afirmando o nome do verdadeiro autor.
Publicado em folhetins da "Gazeta de Notícias", do Rio de Janeiro, em 1893, teve então o melhor acolhimento do público fluminense. Pouco depois a Livraria Magalhães editou-o em volume, conservando, contudo, o criptônimo do folhetinista: Heitor Malheiros.
Novela vivaz, interessante, variada, repleta de documentos humanos, a historiar uma série de episódios pitorescos e curiosos, aspectos característicos da vergonha da época, como aquela que, no Rio de Janeiro, determinara a inflação papelista, exagerada, em 1890.
De perto observou o romancista estas cenas deprimentes de pilhagem e desvairamento, a que veio por cobro à reação florianista, após o 23 de novembro.
Foi uma das inúmeras vítimas do tremendo craque de 1891 - 1892 que arrasou as grandes e velhas instituições financeiras fluminenses, essas cujos títulos desde muito eram para o público, valores de inteira confiança quase tão reputados pela solidez quanto os papéis de estado, como o antigo Banco do Brasil, por exemplo. Daí o conhecimento de causa do autor em descrever os cambalachos, negociatas e tranquibérnias dos grandes e insaciáveis piratas bolsistas e sua sequela de devoradores da economia pública e particular.