terça-feira, 1 de março de 2016

AS PEQUENAS VIRTUDES


Não é uma tarefa fácil escrever sobre esse livro, um misto de ensaio e de biografia ou memórias. Eu já havia visto e lido bastante sobre ele, mas não me animava a comprá-lo, tinha um certo receio. Mas, no Natal ele surpreendentemente aportou por aqui. E um dos meus compromissos/metas é não acumular mais livros que ganho de presente, sempre tento encaixar algum entre as minhas leituras. E já que março o tema é livro escrito por mulher (igual ao ano passado),  resolvi tirá-lo da pilha. Sem esquecer que também serve para o Leia mais mulheres na categoria não ficção,


Para ver se ia funcionar eu o abri aleatoriamente e me deparo com isto "houve a guerra e vimos desmoronar muitas casas e agora não nos sentimos mais seguros em casa como antes quando estávamos quietos e seguros ". (67) 
O que me remete aos escritos do Monge Thich Nhat Hanh, em seu livro Medo, que acabo de ler. E volto a pensar que os livros conversam entre si, ou então somos atraídos para determinados escritos e temos que estar atentos para percebemos o querem nos dizer. 

Li um artigo/informe publicitário/resenha ou seja lá que nome queiram dar que dizia que eu deveria começar a ler o livro pelo ensaio que dá título ao livro, ou seja, devo começar pelo fim. Claro que não aceitei o conselho e li do começo, e me encantei com Inverno em Abruzzo, onde tive um misto de enlevo e contemplação, me diverti muito com a mordacidade de Elogio e lamento da Inglaterra.  E vejam só o último As pequenas virtudes me pegou vejam só ela fala de educação financeira, e finanças faz parte do ofício da pessoa. 

Grifos:

A cidade que era amada por nosso amigo continua a mesma.
A natureza essencial da cidade é a melancolia. 
Ele ama os museus, e eu o acompanho com esforço com uma desagradável sensação de dever e de cansaço. Ele ama as bibliotecas, e eu as odeio.

Artigo Estadão:

http://cultura.estadao.com.br/noticias/literatura,novo-livro-de-natalia-ginzburg-ensina-como-educar-em-tempos-de-barbarie,1722970


Título:  As pequenas virtudes
Autor:  Natalia Ginzburg
Editora: Cosac Naify
Pág: 160
Leitura: 15 a 17/02/2016
TemaEscrito por mulher
Sinopse: O livro reúne onze textos da italiana Natalia Ginzburg situados entre o ensaio e a autobiografia. Lançado em 1962, é considerado uma das grandes obras da escrita memorialística do século XX. Trata-se de uma prosa límpida, elegante, aliada ao vigor típico dos escritores que, ao falar das coisas mais prosaicas, desvelam as vivências mais profundas. Entre os escritos, está “Retrato de um amigo”, o mais belo perfil do poeta e amigo Cesare Pavese; em “As relações humanas” e “As pequenas virtudes”, a autora disseca todos os fios que conectam as gerações; sua experiência em tempos de guerra estão narradas em “Sapatos rotos” e “O filho do homem”; uma visão irônica e cômica da inóspita Londres aparece em “Elogio e lamento para a Inglaterra” e “La Maison Volpé”.

6 comentários:

  1. Bom dia, Marta!
    Dicas de leitura são sempre bem-vindas, ainda mais para quem gosta de ler como eu. Toda vez que leio resenhas pelos blogs que ando, a minha lista só aumenta. Eu gostei do tema proposto para o mês. Muitos títulos bons virão das sugestões de vocês que estão participando.
    Agora, me explica uma coisa: eu também sou "skoober", mas não vi desafio nenhum. É algum grupo do face ou tem lá no Skoob?
    Abração e ótima semana.

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    1. Olá, Poções de Arte.
      O Desafio Literário do Skoob começou num grupo lá mesmo, mas agora a moderação está organizada no Facebook. Ainda dá tempo de participar, entra lá!

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  2. Boa resolução essa de ler os livros ganhos de presente. Esse aí me aguarda desde o ano passado (presente de aniversário). E concordo que os livros que escolhemos conversam entre si. Os últimos 4 ou 5 que li eram sobre pessoas com mentes perturbadas. Adoro o tema, mas agora me obriguei a ler algo menos sombrio... Finalmente tirei da pilha O Corcunda de Notre Dame. :)

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    1. Oi, Mi.
      Acho que os tempos já estão por demais caóticos para leituras sombrias... mas o Notre Dame é um calhamaço ou não?

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  3. Sim! Eu estava querendo ler algum clássico. E que fosse um livro físico. Resolvi ler esse, que comprei toda animada há anos! :)

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