domingo, 1 de maio de 2016

O ESTRANGEIRO


Eu tenho  aqui na prateleira O mito de Sisifo, de Camus, creio que a pelo menos uma década. Comprado não sei como, não sei onde e também não sei porque. Você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com o livro que acabo de ler. Eu diria que tem tudo, ou nada. Nunca fui uma leitora enquadrada, leio o que me apetece, quando me apetece. E aqui para nós Camus não estava em meus planos de leitura, se é que um dia já esteve.

A coisa toda começou quando no programa Direto & Literatura sobre corrupção citaram A queda, de Camus. Que já li. Mas, confesso que o texto de Ibsen me chamou mais a atenção do que o de Camus no que diz respeito a tratar de corrupção.

De novo foi um programa de televisão que me levou a ler esse outro livro de Camus. Dias atrás assisti um documentário sobre como seus livros impactaram a vida de alguns de seus muitos leitores ao redor do mundo. Do padeiro à jornalista, passando pelo professor e pelo carteiro, todos tinham uma história pra contar. E depois disso quem resiste? Eu não! E lá se vai eu à biblioteca atrás de O estrangeiro para descobrir o que afinal encanta tanta gente.

Camus tem uma escrita limpa, enxuta, sem excessos. O texto é no mínimo impactante. E nada me preparou para a história que acabei de ler. E creio que releituras devam ser tão impactantes quanto uma primeira leitura e penso que terá sempre um caráter inusitado.

Sem sombra de dúvida uma obra-prima, ainda assim não entrará para a minha galeria de favoritos e também não ficará com as cinco estrelas, pelo menos ainda não. Por que? Bem porque apesar de impressionar-me muito, não me encantou. Incomodou-me decerto, mas não consegue fazer o que faz o Entre quatro paredes, de Sartre por exemplo. Que incomoda e encanta, que sempre que acabo de ler já penso que uma nova releitura iria muito bem.

Docomuntário: Fanáticos por Camus
                       Viver com Camus

Grifos  
Eis a imagem deste processo Tudo é verdade e nada é verdade.
É sempre interessante ouvir falar de si mesmo. 


Título:  O estrangeiro
Autor:  Albert Camus
Editora:  Record
Pág: 122
Leitura: 13 a 16/01/2016
Tema: Escritor africano 
Sinopse:  Cinco décadas após sua morte, é indiscutível a atualidade do pensamento de Camus e de sua obra com foco na análise do homem contemporâneo. Traduzido para mais de 40 idiomas, O estrangeiro é hoje o recordista absoluto de vendas em formato de bolso na França. O romance faz parte do "ciclo do absurdo" do escritor e é seu livro mais conhecido. O narrador-personagem é o argelino Meursault, que mata um árabe por impulso. Meursault é o anti-herói que assassina um homem "por causa do sol" e sobe ao cadafalso afirmando que "fora feliz e que o era ainda". Publicado em 1942, este livro ganha repercussão com a visionária inquietação do autor. Suas obras são muito marcadas pela incerteza e pelo absurdo da existência.

2 comentários:

  1. Esse foi outro que li para um desafio. Tinha curiosidade, mas nenhuma expectativa. Foi bom porque pude aproveitar melhor a leitura. Também não levou 5 estrelas comigo, mas me deixou com vontade de ler as outras obras do autor.
    bjo

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    1. Ele desperta a minha curiosidade, mas nenhuma das obras que li tornaram-se favoritas.

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