quarta-feira, 5 de outubro de 2016

O NOSSO JUIZ


Tempos atrás descobri na TV alguns programas sobre livros e literatura, o primeiro foi o Leituras da  TV Senado que ao que parece infelizmente não é mais veiculado.  Depois descobri o Iluminuras da TV Justiça  que me apresentou diversos livros muito interessantes. O advogado Frederico, Viégas, por exemplo,  me levou a ler toda a série d'O pequeno Nicolau. Como não ser grata a quem fez a mim e a minha família (e mesmo alguns amigos) dar tantas e tão boas gargalhadas?
Já a Juíza Elisabeth Amarantes me levou a ler o Solstício de Inverno, uma leitura pra lá de reconfortante 

Mas o programa mudou de formato e perdi um pouco interesse pelo mesmo, foi quando descobri o Direito & Literatura.  Que apesar de mostrar a literatura a luz do direito, pode ser perfeitamente compreendido por qualquer pessoa, inclusive pela pessoa que vos escreve.

Não faço ideia de porque me interessei por O nosso juiz, ao rever o programa penso que deveria ser justamente o contrário, afinal os apresentadores não foram nem um pouco simpáticos a ele. Mas o que importa é que dei um crédito e uma oportunidade ao livro e não me arrependi, pois foi uma leitura muito divertida e prazerosa, senti um clima retrô em toda  a leitura que muito me agradou, embora o livro tivesse incomodado àqueles que me apresentaram ao mesmo, pena. Acho que mexeu com os brios,   eles não entenderam a coisa toda como uma divertida brincadeira. (será)


Grifos
Mesmo em São João prefeitos precisam de uma quantidade mínima de bom senso político; sabem dos riscos e os evitam, beijam crianças, prometem abertura de estradas e postos de luz, prometem postos de saúde e escolas; a memória do povo ao contrário da maioria das dos mandantes, é curta, e as eleições são espaçadas justamente por isso, é o que sempre pensei. 
Se juntaram a nós aos poucos e de forma casual o bastante para parecer mesmo casual. São João, a Desimportante, se transformava diante dos meus olhos em São João, a Dissimulada.
Politicamente, o mundo do Dr Linhares também era muito simples. Eleições e missas, pensava ele; um pouco de umas e um pouco das outras, e todos seguiam felizes, com as promessas de sempre.
Penso em como fomos invadidos pela televisão de uma forma tão suave e rápida, que nem ao menos conseguimos perceber ou resistir. 
(spoiler?) Quando lhe falei que São João não precisava de um juiz, Antonio, eu estava errado. Disso nós já sabemos. Mas quando resolveu que desejava um juiz, o povo daqui também estava errado, e agora eles sabem disso. Todos aprendemos alguma coisa, não é mesmo? 

Título:  O nosso juíz 
Autor:   Marcelo Carneiro da Cunha
Editora:  Record/Altaya
Pág: 222
Leitura:  10 a 15/09/2016
Tema: Autor brasileiro
SinopseSão João da Serra, uma cidadezinha da serra gaúcha, está mobilizada para a guerra. O ano é o distante 1962, e o motivo é a cidade vizinha, que foi premiada com um juiz, enquanto São João, como sempre, não ganha coisa alguma. Ao narrar a história da luta de São João por um juiz e por uma modernidade que a cidade não entende ou necessita, O Nosso Juiz nos leva de volta a um tempo em que a realidade que temos hoje não era sequer sonhada. Um tempo e uma vida de um Brasil de antes, que você vai querer relembrar, ou conhecer.

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