sábado, 3 de dezembro de 2016

RUA DO OUVIDOR, 110

Já disse aqui que não faço resenhas, não sei fazer e também não me dediquei muito a aprender a fazê-las. Mas quando encontro um livro que me encanta como este sinto que ele merecia mais que alguns comentários aleatórios e esparsos desta leitora aqui, ainda que uma leitora encantada/maravilhada ou que adjetivo queiramos usar. É o caso deste Rua do Ouvidor 110. Que confesso não lembro como descobri, lembro de quando comprei e do deslumbramento ao colocar as mãos num livro tão bonito, que folhei cheia de dedos e cuidado para que não estragasse. E pensei em guardar para ler no final do ano quando dedico-me leituras mais lentas e amenas. Mas não tive paciência para esperar e em um dia qualquer de julho apesar das muitas leituras em andamento pego o livro das prateleiras e começo a ler. 

O livro me encanta, nele encontro um pouco da biografia de José Olympio, da história da livraria e da editora, da história deste país e curiosidades sobre vários escritores como: Guimarães Rosa, Raquel de Queirós, José Lins do Rego (o Zé Lins), Jorge Amado...
Leitura das mais deliciosas, numa edição com algumas ilustrações e belas fotografias. 


Grifos 

A vida é feita de acasos; circunstâncias, contingências e acasos. (JO)
Planejava ele mesmo a arrumação das vitrines e inventou uma novidade para chamar a atenção:  cartões datilografados que destacavam frases e trechos das obras.
Creio que ela só não foi à Conchinchina e à Goma Arábica.
Há um ar de família naquela gente. Octavio Tarquínio deixa de ser ministro e Amando Fontes de ser funcionário graúdo. Vemos ali o repórter e víamos o candidato à presidente da República, porque José Américo aparecia algumas vezes. Lins do Rego é figura obrigatória. Marques Rebelo procura vítimas. Distribui veneno a presentes e ausentes. 

Título: Rua do Ouvidor 110
Autor:  Lucila Soares
Editora:  José Olympio  & Biblioteca Nacional
Pág: 203
Leitura:  20/07 a 14/08/016
Tema:  Nome de lugar no título
Sinopse:  Uma história da Livraria José Olympio , da jornalista Lucila Soares, neta do famoso livreiro e editor, narra o dia-a-dia da Livraria José Olympio, ponto de encontro dos grandes nomes da literatura brasileira dos anos 1930, 40 e 50. José Lins do Rego, Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos, Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado (hoje, aliás, todos publicados pela José Olympio ou pela Record, editoras do mesmo Grupo) e tantos outros se encontravam na casa de livros da rua do Ouvidor 110, quase esquina com a avenida Rio Branco, para conversar sobre artes, política e a vida em geral. Todos esses relatos estão no livro de Lucila, que conta uma história que ela conhece desde menina - revisitada em oito meses de entrevistas e garimpo em acervos e bibliotecas. É uma elaborada e saborosa crônica que tem como pano de fundo o charme do Rio de Janeiro daqueles tempos.

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