segunda-feira, 18 de julho de 2016

E ENTÃO PAULETTE...

Gostaria muito de lembrar onde e quando vi o livro pela primeira vez, mas não faço ideia. Por  vezes coloquei o livro no carrinho de compras de alguma livraria virtual e depois o retirei  e acabei por adquiri-lo em formato digital. 
E então é mais um que que fica à espera. E eis que chegou a vez de ler E então Paulette, um livro que cabe naquele tema esquisito de escolher o livro pela quantidade de palavras que tem no título. (rs)

A leitura de E então Paulette é muito fluída, o livro fala de amizade, generosidade, solidariedade, de terceira idade, mas é principalmente um livro sobre a amizade.  O livro tem todos os ingredientes para fazer dele um livro reconfortante, mas ainda assim falta alguma coisa que não consigo identificar. Me parece faltar emoção, ainda que em determinados momentos chegue a ser divertido. Gostei de quase todo o livro, mas vamos combinar que ler quase 200 páginas de 224 para o E então Paulette é um pouco demais para a paciência de qualquer leitor. Mesmo assim eu diria que foi uma boa leitura. 


Grifos? Muitos, "taí" alguns:
 O vazio quase ressoa, tanto em sua casa quanto em sua vida.
O álcool imbeciliza as pessoas. Pelo menos, é o que pensam as três naquele instante. 
E depois, jamais lhe passaria pela cabeça deixar um amigo na mão. 
O velho gato o faz lembrar seu filho primogênito. Não gosta de ninguém... 
Na verdade, o fizeram bem devagar, para ficarem lado a lado. Ainda sentiam vontade de conversar, sobre tudo ou nada, coisas sem importância. 
Tinha se habituado à vida solitária, provavelmente iria se arrepender. Mas logo mudou de opinião. Porque, realmente, era agradável poder bater papo com alguém até as três da manhã, rindo como dois malucos, travar uma guerra de travesseiros ou contar histórias, e até alguns segredos


Título: E então Paulette...
Autor:  Barbara Constantine
Editora:  Intrínseca 
Pág: 224
Leitura:  
Tema:  Titulo com três palavras 
Sinopse:  Ferdinand está sozinho. Após ficar viúvo e depois de seu filho mais novo se mudar com a mulher e os dois filhos para a cidade, a fazenda em que vive produz apenas saudade e memórias. Sua vida pacata e solitária, no entanto, está prestes a ser transformada. Após uma grande tempestade, Ferdinand descobre que a casa de sua vizinha está condenada e praticamente inabitável. Incentivado pelos netos, Ludo e Luzinho, convida Marceline – e sua cadela, seu burro e seu gato – para morar com ele. Pouco tempo depois, seu amigo Guy perde a companheira tão amada, Gaby, e dá a impressão de estar, aos poucos, desistindo de viver. A solução parece ser a vida partilhada na fazenda, que,assim, ganha mais um morador, com novos hábitos e habilidades. Então chegam as irmãs Lumière, com suas manias e histórias, e também os jovens Muriel e Kim. A fazenda volta a se encher de possibilidades e expectativas. E, enfim, chega Paulette... Um delicioso e comovente romance sobre como a solidariedade, o amor e a amizade podem transformar histórias, salvar vidas e fazer ressurgir esperanças

domingo, 10 de julho de 2016

SENILIDADE

Tempos atrás quando li e me encantei com A indesejada aposentadoria,  de Josué Montello e com Memorial de Aires, de Machado de Assis, descobri fuçando a estante da Márcia Regina este Senilidade aqui.  Pense numa leitura que não engatava, não saía da primeira página. Então colocava o livro de volta prateleira pensando quem sabe um dia. Até que dias atrás estava separando uns livros para mandar para a biblioteca e pegando esse pensei: porque não, afinal parece que não vou ler mesmo. 

Foi aí que surgiu mais um Desafio para participar e o tema deste mês era livro de autor italiano... bem por aqui tem Calvino, Eco, Calvino de novo, Pirandello (esse não vale, seria a primeira escolha), di Blasi e tem esse Svevo. Decido começar por aqui. E mais uma vez tenho dificuldade no começo, insisto, persisto. Até que começa a fluir, e muito bem. E o que era leitura de abandono, está quase levando quatro estrelas.  Ainda que termine o livro sem muito bem porque o livro se chama Senilidade, mas o livro é do Svevo e ele pode dar o título que quiser, pois, pois. 

Como disse o começo foi difícil, comecei a fazer um paralelo com Lolita, de Nabokov, o que dificultou ainda mais a leitura, visto que não gosto nada deste último.  Mas, à medida que avançava no livro, e me distanciava da ideia inicial, a leitura foi tornando-se mais e mais fluída. Dificilmente vai se tornar um favorito, mas foi uma experiência muito positiva. Esse era o livro escolhido para carregar na bolsa, e houve dias que dei por mim ansiosa para voltar à leitura, foi quando percebi que o livro estava a me conquistar. 

Grifo
Nada tenho em contrário a que você se divirta, mas não parece que está se divertindo muito.
"Como fomo expressivos", pensou. "Ela pedindo para não contar a Emílio nada desse encontro e eu lhe respondendo que o faria tão logo o encontrasse."
Aquilo não é mulher para jovens como você, e que além do mais não têm saúde muito sólida.
Você também continua igual a si mesmo. 

Título: Senilidade
Autor:  Italo Svevo
Editora:  Nova Fronteira
Pág: 268
Leitura:  28/06 a 09/07/2016
Tema:  Autor italiano
Sinopse:  Este romance de Italo Svevo, fundador da moderna ficção italiana, conta a história de um burguês em conflito com sua paixão por uma operária. A narrativa é centrada num personagem onde as ações e reações são encadeadas, problematizadas e resolvidas com a fria precisão de que monta uma equação algébrica.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

É FÁCIL MATAR

Por escolha jamais leria um livro com um título desses. Por escolha também não leria nenhum livro sobre serial killers. Ou seja, não gosto nem de um, nem de outro. Mas desafio é desafio, e a gente sempre quer tentar pra não dizer que jogou a toalha, não é mesmo?  

Pois então... Escolhi Agatha Christie porque achei que sendo uma autora com quem já tenho uma certa familiaridade seria mais fácil de encarar. Mas, mas... embora a leitura seja fluída a história não me prendeu de modo algum. Talvez haja um pouco de má vontade, talvez haja muita má vontade.  Não entendo muito bem porque em desafios não valem releitura, que diferença faz se estou lendo um livro pela primeira vez ou pela vigésima vez? O importante não seria ler um livro do tema? Estou falando sobre isso porque minha primeira escolha foi Os crimes ABC, da mesma Agatha Christie, livro que li em 1900 e bolinha, quando muitos que leem esta postagem nem haviam nascido. Mas se releitura não vale só sobrou isso aqui.

Como sempre quando leio um romance policial (coisa rara, por sinal) tenho meus palpites. Que parecem passar longe da linha de investigação totalmente canhestra desse detetive meio toupeira. Levei uns dez dias para completar a leitura de um livro de bolso de 270 páginas ou seja o livro que era para ser de suspense, não me levou a ler a avidamente. 
Ah! E pra variar não acertei. E fiquei danada com isto, eu tinha tanta certeza. :p

Pensando bem essa história ficaria ótima se escrita por alguém com um senso de humor de Wodehouse, por exemplo.

Grifos
O mal está feito, não dá para voltar atrás... por mais que choremos amargamente, jamais traremos de volta o passado morto...
Você tem noção de como é uma cidadezinha rural na Inglaterra? Qualquer um se destaca como um alienígena!
Sabe, eu sempre senti que um dos fatos mais intragáveis que temos de encarar na vida é o fato de que toda morte que ocorre significa um ganho para alguém... e não me refiro apenas ao ganho financeiro.


Título: É fácil matar 
Autor:  Agatha Christie
Editora:  L&PM Pocket
Pág: 272
Leitura21 a 29.02.16
Tema: Serial killer 
Sinopse: Neste livro, Luke Fitzwilliam é um policial aposentado que volta para a Inglaterra a fim de descansar. Seus planos imediatos são apostar nos cavalos, reencontrar velhos amigos e, acima de tudo, se divertir. Mas, ao pegar o trem de volta para Londres, uma velhinha senta ao seu lado e começa a contar uma história aparentemente sem pé nem cabeça, e que envolve vários assassinatos. A velhinha é a sra. Pinkerton, e Luke só lhe dá atenção porque ela lembra sua tia Mildred. Para a surpresa do ex-policial, a moradora de Wychwood-under-Ashe está indo a Londres com a intenção de denunciar à Scotland Yard uma série de crimes. Como se não bastasse, a velha senhora inglesa ainda prevê quem será o próximo morador da cidadezinha a morrer - o médico Humbleby. Após descer do trem, Luke não consegue esquecer o que ouviu. Qual não é seu espanto quando, um dia depois, lê no jornal que a sra. Pinkerton morreu atropelada. Além disso, Luke fica sabendo - em um intervalo pequeno de tempo - que o médico Humbleby também está morto. Para o ex-policial as coincidências são muitas para serem apenas coincidências . Decide, então, começar uma investigação por conta própria. Luke parte para Wychwood-under-Ashe em busca de um assassino que nem tem certeza se existe, pois todas as mortes parecem ter sido de causas naturais. Porém, em se tratando de mais uma história da dama do crime, é mais provável que a sra. Pinkerton esteja certa. 

domingo, 5 de junho de 2016

LEITURAS: RESENHAS & ENSAIOS

Eu li O vento nos salgueiros, de Kenneth Grahame, e A dama e o Cachorrinho, de Tchekhov, por conta dos escritos de Alberto Manguel. Bloom (o Harold) me levou a ler Persuasão e o outro Bloom (o Allan) me levou a Orgulho e Preconceito. Isto para citar apenas alguns. Ou seja os livros de crítica literária e mesmo os livros sobre livros sempre renderam bons momentos de leitura e boas indicações literárias.

Então  quando encontrei este livro do Cristóvão Tezza pensei estar diante de mais um achado. Bem talvez, pena que eu é que não tenha encontrado nada. 

Foi uma leitura difícil, arrastada e sorumbática. Não encontrei em  nenhuma das mais de noventa resenhas um pouco da paixão de Bloom pela literatura ou do encantamento de Manguel pela leitura. E saio dessa leitura com o sentimento de missão cumprida  ("bendito desafio"), mas com um certo desalento.  Não me diverti, não me encantei e devo dizer que ao escrever estes comentários lembro de pouca coisa do que li. :(

Você há de me perguntar se o livro é ruim, e eu direi que não sei. Sei apenas que não é para mim. E depois de tudo isto  eu me lembro de um dito de Mindlin (que foi quem me fez voltar aos escritos do bom e velho Machado): "Não faço nada sem alegria". Penso que a cada vez que pego um livro que me faz sofrer para ler devo lembrar disto. 



Título: Leituras: resenhas & ensaios
Autor:  Cristovão Tezza
Editora:  ToVo
Pág: 344
Leitura:  05/03 a 17/04/2016
Tema: Três palavras
Sinopse:  O presente volume - exclusivo em edição digital - é uma reunião de textos críticos de Cristovão Tezza, publicados em jornais, revistas e livros, de 1995 a 2013. Há resenhas mais breves, que saíram em jornais e revistas, como Folha de S.Paulo, Veja, O Estado de S.Paulo e O Globo; outras mais extensas, publicadas em cadernos literários; e ensaios de maior fôlego, como posfácios e conferências. O livro - que é prefaciado pelo crítico Manuel da Costa Pinto - inclui ainda duas palestras e uma crítica inéditas. 

quinta-feira, 2 de junho de 2016

NÃO TEMAS O MAL

E depois de estar Entre Quatro Paredes (de Sartre), com Garcin, Inês e Estelle para afinal constatar que "o inferno são os outros." Vamos tentar descobrir de onde vem o mal. Afinal se "você não é uma pessoa má. Eu não sou uma pessoa má. E o mal existe no mundo." Ele tem de vir de algum lugar.  Simples assim? Pois, pois. Há muito mais para ser investigado, analisado e quiçá compreendido. E devo dizer que esta não foi uma leitura fácil. Logo no começo os autores pedem que não leiamos o livro de um fôlego só, mas não imaginei que levaria quase oito meses para concluir a leitura de um livro tão pequeno.

Você não é uma pessoa má. Eu não sou uma pessoa má.
Contudo mal existe no mundo. De onde ele vem?
No começo pensei que era um livro da época da nova era (que hoje é velha?), depois pensei que era místico, descubro que é um livro de psicologia transpessoal (não sei muito bem o que isso significa) e com um quê de espiritualismo. Não traz fórmulas prontas, mas me abre os olhos para vários aspectos de mim mesma e porque não dizer dos outros. 

Este certamente não seria um livro que escolheria para o Desafio, mas resolvi escrever sobre ele. Não creio que este breve comentário o/a leve a ler este livro especificamente (embora eu ficasse bem contente se conseguisse angariar adeptos para esta leitura no mínimo esclarecedora), mas espero que faça com que dê oportunidade a leituras não usuais em seu cotidiano. Pois se estivermos abertos para novas experiências de leitura, e sem expectativas mesmo o que não estava programado pode ser bem interessante e proveitoso. 

Uma das curiosidades é que este livro estava na pilha há cerca de vinte anos, ou mais. 

Para saber mais:
Psicologia transpessoal



Título: Não temas o mal 
Autor:  Eva Pierrakos
Editora: Cultrix
Pág:  245
Leitura 27/07/2015 a 22/032016
Tema: Título com três palavras
Sinopse:  'Não Temas o Mal' apresenta a ideia do mal numa abordagem prática e moderna que pode ajudar os leitores a encarar suas experiências negativas sob uma nova luz que poderá transformar a dor pessoal em alegria e prazer.


domingo, 1 de maio de 2016

AMERICANAH


Honestamente eu nunca pensei em ler Americanah. Quem já leu outros comentários por aqui sabe que eu procuro passar longe dos livros extremamente recomendados, aqueles que todo mundo lê e tem a mesma opinião. Geralmente me dou muito bem com os desconhecidos/esquecidos, os Knulps, Os homens de olhos dançantes, As indesejadas aposentadorias, apenas para citar alguns., deram-se melhor comigo do que os... Bonsais, as Desumanizações...

Americanah deveria ser lido para participar do primeiro encontro do Clube de Leitura Leia Mais Mulheres daqui, aí aproveitei e incluí no Desafio Skoob e o Leia Mais Mulheres. Ou seja não o li por opção.
Desde o começo a leitura não fluiu. Empacava frequentemente, levei mais de mês, como se costuma dizer por aí, para chegar aos míseros 30%. Inicialmente pensei tratar-se do suporte utilizado para a leitura, cheguei a brincar dizendo que era lenta e lerda com os ebooks. Mas pensando bem, o problema é a história. A história não me convence. Penso em C S Lewis de quem acabo de ler O sobrinho do mago. Pois então, a mentira que me contam tem que parecer verdade, eu consigo crer numa história em que absurdamente (?) um garoto e uma garota são transportados para um universo paralelo apenas colocando um anel no dedo (e isto no século XIX), mas não consigo entrar na história de uma nigeriana que se muda para os EUA, é mais ou menos por aí. A história da Chimamanda não me convence. Percebo que toca em pontos chaves acerca da vida do migrante africano, da mulher africana. Enquanto tese está ótima, mas não enquanto obra de ficção, não para mim.

Paradoxalmente este foi um livro de muitos e extensos grifos:
"Vejam bem, é muito difícil ser do governo neste país e não ser corrupto. Tudo é feito para você roubar. E o pior é que as pessoas querem que você roube. Seus parentes querem que você roube, seus amigos querem que você roube” (Isto não lhe parece familiar?)
A raça importa por causa do racismo. E o racismo é absurdo porque gira em torno da aparência 
Eu costumava ser assim com os livros. Secretamente sentia que meu gosto era superior
Algumas mulheres negras, tanto americanas como não americanas, preferem sair peladas na rua a aparecer em público com seu cabelo natural.
Lagos nunca foi, nunca será e nunca quis ser como Nova York ou qualquer outra cidade. Lagos sempre foi indiscutivelmente ela mesma.
No início, ficara empolgado com o Facebook, vendo os fantasmas dos velhos amigos subitamente ganhando vida com esposas, maridos e filhos, as fotos seguidas de comentários. Mas começou a ficar horrorizado com o ar de irrealidade, a manipulação cuidadosa de imagens para criar uma vida paralela, as fotos que as pessoas tiravam tendo o Facebook em mente, colocando ao fundo as coisas das quais sentiam orgulho. 
Título:  Americanah
Autor:  Chimamanda Ngozi Adichie
Editora:  Companhia das Letras
Pág: 516
Leitura: 20/12/2015 a 10/03/2016
Tema: Escritor africano 
Sinopse:  Lagos, anos 1990. Enquanto Ifemelu e Obinze vivem o idílio do primeiro amor, a Nigéria enfrenta tempos sombrios sob um governo militar. Em busca de alternativas às universidades nacionais, paralisadas por sucessivas greves, a jovem Ifemelu muda-se para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo que se destaca no meio acadêmico, ela se depara pela primeira vez com a questão racial e com as agruras da vida de imigrante, mulher e negra. Quinze anos mais tarde, Ifemelu é uma blogueira aclamada nos Estados Unidos, mas o tempo e o sucesso não atenuaram o apego à sua terra natal, tampouco anularam sua ligação com Obinze. Quando ela volta para a Nigéria, terá de encontrar seu lugar num país muito diferente do que deixou e na vida de seu companheiro de adolescência. Chimamanda Ngozi Adichie parte de uma história de amor para debater questões prementes e universais como imigração, preconceito racial e desigualdade de gênero.

O ESTRANGEIRO


Eu tenho  aqui na prateleira O mito de Sisifo, de Camus, creio que a pelo menos uma década. Comprado não sei como, não sei onde e também não sei porque. Você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com o livro que acabo de ler. Eu diria que tem tudo, ou nada. Nunca fui uma leitora enquadrada, leio o que me apetece, quando me apetece. E aqui para nós Camus não estava em meus planos de leitura, se é que um dia já esteve.

A coisa toda começou quando no programa Direto & Literatura sobre corrupção citaram A queda, de Camus. Que já li. Mas, confesso que o texto de Ibsen me chamou mais a atenção do que o de Camus no que diz respeito a tratar de corrupção.

De novo foi um programa de televisão que me levou a ler esse outro livro de Camus. Dias atrás assisti um documentário sobre como seus livros impactaram a vida de alguns de seus muitos leitores ao redor do mundo. Do padeiro à jornalista, passando pelo professor e pelo carteiro, todos tinham uma história pra contar. E depois disso quem resiste? Eu não! E lá se vai eu à biblioteca atrás de O estrangeiro para descobrir o que afinal encanta tanta gente.

Camus tem uma escrita limpa, enxuta, sem excessos. O texto é no mínimo impactante. E nada me preparou para a história que acabei de ler. E creio que releituras devam ser tão impactantes quanto uma primeira leitura e penso que terá sempre um caráter inusitado.

Sem sombra de dúvida uma obra-prima, ainda assim não entrará para a minha galeria de favoritos e também não ficará com as cinco estrelas, pelo menos ainda não. Por que? Bem porque apesar de impressionar-me muito, não me encantou. Incomodou-me decerto, mas não consegue fazer o que faz o Entre quatro paredes, de Sartre por exemplo. Que incomoda e encanta, que sempre que acabo de ler já penso que uma nova releitura iria muito bem.

Docomuntário: Fanáticos por Camus
                       Viver com Camus

Grifos  
Eis a imagem deste processo Tudo é verdade e nada é verdade.
É sempre interessante ouvir falar de si mesmo. 


Título:  O estrangeiro
Autor:  Albert Camus
Editora:  Record
Pág: 122
Leitura: 13 a 16/01/2016
Tema: Escritor africano 
Sinopse:  Cinco décadas após sua morte, é indiscutível a atualidade do pensamento de Camus e de sua obra com foco na análise do homem contemporâneo. Traduzido para mais de 40 idiomas, O estrangeiro é hoje o recordista absoluto de vendas em formato de bolso na França. O romance faz parte do "ciclo do absurdo" do escritor e é seu livro mais conhecido. O narrador-personagem é o argelino Meursault, que mata um árabe por impulso. Meursault é o anti-herói que assassina um homem "por causa do sol" e sobe ao cadafalso afirmando que "fora feliz e que o era ainda". Publicado em 1942, este livro ganha repercussão com a visionária inquietação do autor. Suas obras são muito marcadas pela incerteza e pelo absurdo da existência.