Autor: William Powers
Editora: Alaúde
Pág: 232
Leitura: 13/07 a 13/09/2016
Dica: de Regi
Sinopse: Computadores, celulares, tablets: maravilhas da tecnologia que nos mantêm conectados e em sintonia com tudo o que está acontecendo no planeta. Mas o que acontece quando o engajamento nas novas formas de comunicação demanda tanta atenção que nos priva do que é realmente importante?
Para resolver esse impasse, é preciso um novo modo de pensar, uma filosofia prática para um cotidiano repleto de telas. Recorrendo a alguns dos pensadores mais brilhantes da história – de Platão a Thoreau, passando por Shakespeare –,O BlackBerry de Hamlet demonstra que a conectividade digital só é útil se conseguirmos descolar a vida real da vida virtual.
Alegre, original e instigante, O BlackBerry de Hamlet nos desafia a repensar nosso dia a dia e a retomar o controle da nossa vida.
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PS. Nada como ter amigos gentis, que sempre veem nossos feitos com bons e generosos olhos.
Tempos atrás quando estava lendo um dos livros do Andrew Keen, não lembro exatamente qual, eu li dois (Vertigem Digital e O culto do Amador), descobri este BlackBerry de Hamlet fuçando a estante alheia no Skoob (aliás adoro
Eu não havia sentido vontade de ler o livro até o dia que achei que precisava me desconectar um pouco. Toda a pressão de estar sempre conectada estava me tirando do sério. E aí resolvi desligar mesmo, passei uns cinco dias "off", e pasmem não morri e o mundo não acabou. Eba!!! Foi quando comecei esta experiência que lembrei do BlackBerry que eu havia tirado da pilha mais de um mês atrás.
Foi uma leitura deveras interessante, quase leva cinco estrelas. E como eu estava falando, eu estava percebendo uma dispersão que não me era característica, quase não conseguia me concentrar para ler dez páginas. Imagina sentar para ler trinta, quarenta ou mais páginas de uma vez. E descobri que desconectar vez por outra pode fazer toda a diferença, pelo menos para mim. Provavelmente vai ter gente que vai torcer o bico, outros vão ter urticária e outros vão achar que é impossível. Bem para mim, não foi. ;)
Grifos (muitos, muitos mesmo):
À medida que você cria uma rotina na sala, é exatamente isso o que acontece. Não importa onde, as pessoas se aproximam e lhe tocam o ombro. Uns com suavidade, outros com firmeza, mas todos querem a mesma coisa: um pouco do seu tempo e da sua atenção.
Estamos, com efeito, embora inconscientemente, nos deixando guiar por uma filosofia. Filosofia que defende que conectar-se através das telas é bom e quanto mais conectado, melhor.
Andamos tão ocupados que, às vezes, a correria em si parece ser o que importa.
É a profundidade que nos estabelece no mundo e dá conteúdo e harmonia à vida.
Na verdade, vi aquilo ressoar vezes sem conta nos personagens fictícios que povoam nossas melhores histórias, pessoas que lutam para pôr um fim ao seu isolamento fundamental em relação aos outros e, da mesma forma, em relação a si mesmos. Ulisses, Dom Quixote, Rei Lear, Hester Prynne, Huck Finn, Leopold Bloom, Holden Caulfield – são as viagens deles enquanto indivíduos rumo à individualidade que sempre nos levam de volta às suas histórias. Porque é nossa história também.
Ajuda muito envolver-se com um trabalho manual, como marcenaria, tricô, culinária ou mecânica.
“Todos os seus aplicativos. Tudo ao mesmo tempo”, dizia o anúncio de um smartphone, como se “ao mesmo tempo” fosse um benefício para a mente.