sábado, 24 de setembro de 2016

O BLACKBERRY DE HAMLET

Título: O BlackBerry de HAMLET
Autor:  William Powers
Editora:  Alaúde
Pág: 232
Leitura: 13/07 a 13/09/2016 
Dica: de Regi
Sinopse:  Computadores, celulares, tablets: maravilhas da tecnologia que nos mantêm conectados e em sintonia com tudo o que está acontecendo no planeta. Mas o que acontece quando o engajamento nas novas formas de comunicação demanda tanta atenção que nos priva do que é realmente importante? 
Para resolver esse impasse, é preciso um novo modo de pensar, uma filosofia prática para um cotidiano repleto de telas. Recorrendo a alguns dos pensadores mais brilhantes da história – de Platão a Thoreau, passando por Shakespeare –,O BlackBerry de Hamlet demonstra que a conectividade digital só é útil se conseguirmos descolar a vida real da vida virtual.
Alegre, original e instigante, O BlackBerry de Hamlet nos desafia a repensar nosso dia a dia e a retomar o controle da nossa vida.

*****

Eu não tinha pensado em escrever coisa alguma acerca de minha leitura d'O blackberry de Hamlet. Mas aí a Michelle d'O Resumo da Ópera me perguntou se iria escrever uma resenha. Resenha?! Como assim, Mi?! Eu não faço resenhas, não tenho paciência para escrever, nem saberia como fazê-las. Mas, como este foi um livro que despertou inúmeras e boas reflexões, aí vai mais um comentário tosco. 
PS. Nada como ter amigos gentis, que sempre veem nossos feitos com bons e generosos olhos. 

Tempos atrás quando estava lendo  um dos livros do Andrew Keen, não lembro exatamente qual, eu li dois (Vertigem Digital e O culto do Amador), descobri  este BlackBerry de Hamlet fuçando a estante alheia no Skoob   (aliás adoro fuçar  bisbilhotar as estantes, apesar de que ultimamente tenho a impressão de que olhando uma ou olhou  olhei todas, porque parece que todo mundo lê a mesma coisa). E aí lógico tem a pergunta que não quer calar: está gostando?  É bom? Se importa de me falar um pouco de sua impressões quando terminar de ler? Aliás não foi uma pergunta só. Mas já viu que a resposta do meu amigo me fez chegar até aqui. 

Eu não havia sentido vontade de ler o livro até o dia  que achei que precisava me desconectar um pouco. Toda a pressão de estar sempre conectada estava me tirando do sério. E aí resolvi desligar mesmo, passei uns cinco dias "off", e pasmem não morri e o mundo não acabou. Eba!!! Foi quando comecei esta experiência que lembrei do BlackBerry que eu havia tirado da pilha mais de um mês atrás. 

Foi uma leitura deveras interessante, quase leva cinco estrelas.  E como eu estava falando,  eu estava percebendo uma dispersão que não me era característica, quase não conseguia me concentrar para ler dez páginas. Imagina sentar para ler trinta,  quarenta ou mais páginas de uma vez. E descobri que desconectar vez por outra pode fazer toda a diferença, pelo menos para mim. Provavelmente vai ter gente que vai torcer o bico, outros vão ter urticária e outros vão achar que é impossível. Bem para mim, não foi. ;)

Grifos (muitos, muitos mesmo):
À medida que você cria uma rotina na sala, é exatamente isso o que acontece. Não importa onde, as pessoas se aproximam e lhe tocam o ombro. Uns com suavidade, outros com firmeza, mas todos querem a mesma coisa: um pouco do seu tempo e da sua atenção.
Estamos, com efeito, embora inconscientemente, nos deixando guiar por uma filosofia. Filosofia que defende que conectar-se através das telas é bom e quanto mais conectado, melhor.
Andamos tão ocupados que, às vezes, a correria em si parece ser o que importa.
É a profundidade que nos estabelece no mundo e dá conteúdo e harmonia à vida. 
Na verdade, vi aquilo ressoar vezes sem conta nos personagens fictícios que povoam nossas melhores histórias, pessoas que lutam para pôr um fim ao seu isolamento fundamental em relação aos outros e, da mesma forma, em relação a si mesmos. Ulisses, Dom Quixote, Rei Lear, Hester Prynne, Huck Finn, Leopold Bloom, Holden Caulfield – são as viagens deles enquanto indivíduos rumo à individualidade que sempre nos levam de volta às suas histórias. Porque é nossa história também.
Ajuda muito envolver-se com um trabalho manual, como marcenaria, tricô, culinária ou mecânica.
“Todos os seus aplicativos. Tudo ao mesmo tempo”, dizia o anúncio de um smartphone, como se “ao mesmo tempo” fosse um benefício para a mente.

6 comentários:

  1. Meu pedido foi atendido \o/
    Acho que vou gostar muito desse livro porque sou ovelha negra. Não tenho internet no celular (aliás, meu aparelho é daqueles antigos, do tipo tijolão), fico só observando as pessoas com a cara enfiada o tempo todo na telinha e isso me irrita/desespera tremendamente. Claro que a conectividade facilita muita coisa, mas acho que em 90% dos casos mais atrapalha do que ajuda. Se eu pudesse escolher algo para eliminar da face da Terra seriam os celulares. Sério. Mais isso é birra minha. Só imagino que seja bom dosar as coisas, ficar offline um pouco para variar. Como você mesma percebeu, às vezes pode fazer uma diferença incrível :)

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    1. Não ligo muito pra celular, mas confesso que sou meio/muito viciada no Skoob.

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  2. Talvez esse minha birra se deva ao fato de trabalhar o dia inteiro online. Quando eu finalmente encerro o expediente, só quero desligar o computador e ficar longe dele e das redes sociais e aplicativos até o dia seguinte. Me jogo no sofá e fico só com os livros ou com a TV (e com os gatos). Desligo até celular e campainha. Preciso ficar imersa no mundinho paralelo, sabe?

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    1. Padeço do mesmo mal, trabalho o dia todo em frente a uma tela, e com cálculos, ao final do dia tenho a sensação de que sugaram além de a minha energia também tudo o que há em minha cabeça. E quando volto para casa preciso fazer coisas, e geralmente recorro às panelas, gosto de cozinhar. Quando o bicho pega sempre recorro às exposições.
      Não gosto muito de TV, gosto de programas específicos.
      Mas como disse o meu problema é o Skoob, ainda que acesse cada vez menos porque a maioria esqueceu que é uma rede social e então não há quase interação nenhuma mais. Por outro lado tem uma porção de gente que parece que não lê nada, só deseja (rs).
      E celular para mim é um mal necessário, mas às vezes esqueço em casa. Outro dia esqueci desligado na bolsa dois dias, vou levando sem estresse.

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    2. Também gosto de cozinhar, mas não no fim do dia. Nessa hora estou sempre tão cansada que só quero ficar imóvel, mexendo só os polegares para usar o controle remoto ou virar as páginas do livro.
      TV é modo de dizer. Uso o aparelho mais como monitor do que outra coisa. Praticamente só assisto séries e filmes (dois grandes vícios) que coloco no DVD. Na TV mesmo, só programas de comida (mas daí rola uma depressão porque só mostram coisas gostosas e, quando vou à cozinha, não tem muita opção... rs).
      Verdade. Muita gente só vai incluindo desejados e parece que não lê nada. Eu uso o Skoob para controlar o que tenho e o que quero, mas também vou registrando o que li. De fato, não tenho usado tanto para interação. O grupo do Livro Viajante, que era o que eu acessava todo dia para conversar, acabou migrando para o FB porque é mais fácil de achar as postagens e porque o site dá menos pau (lembra que numa época o Skoob travava direto?). Então, no meu caso, continuo falando com as mesmas pessoas, só que em uma plataforma diferente.
      Hahahaha... eu já esqueci o meu na bolsa várias vezes. Joguei no armário e deixei lá. Na verdade, pouca gente me liga. A maioria das pessoas sabe que estou online o dia todo, então, se realmente querem falar comigo, me mandam e-mail ou mensagem no FB.

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  3. Participei pouco do Livro Viajante, mas ainda era no Skoob.
    Já vi mais filmes do que vejo hoje atualmente, aliás quase não os vejo. E séries pior ainda, se não tenho paciência para assistir um filme de uma a duas horas, imagina um negócio que tem episódios e mais episódios, não dá pra mim. :(
    Mas cozinhar eu gosto bastante, não por obrigação, aí fica chato. Mas ir para cozinhar misturar ingredientes e ver a magia acontecer é fantástico.

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